Irmãos de 8 e 10 anos são arrastadas por ônibus na faixa de pedestre

Acidente comoveu a população de Cruzeiro do Sul na manhã dessa segunda-feira Foto do Facebook de Edvan Vasconcelos

Laiane Lima Pereira, de 10 anos de idade, e Luan Lima Pereira, de 8, foram atropelados às 8 horas da manhã dessa segunda-feira, de mãos dadas sobre a faixa de pedestres na Rua Tarauacá, em Cruzeiro do Sul por um ônibus da Real Norte. A menina morreu no local e o garoto está em estado grave no Hospital Regional do Juruá, onde teve as duas pernas amputadas. As crianças foram atingidas a menos de 200 metros, da Escola Cristão Cruzeiro, onde estudavam. Segundo testemunhas, foram atropeladas quanto tentaram cruzar a segunda pista da rua.

O motorista do veículo, Francisco Remerson Leite dos Santos, 29, ao ver a gravidade do acidente temeu a revolta da população e dos familiares dos estudantes. Deixou o local e foi direto para a delegacia onde permaneceu durante toda manhã prestando depoimento ao delegado. Quem assistiu o acidente afirma que assim que o carro parou a criança ainda saiu se arrastando com os braços, arquejando em busca de socorro.

Quando o ônibus parou a menina já estava morta. O corpo ficou embaixo da roda do carro. A multidão que se formou rapidamente no local se comoveu com o estado da menina que teve fraturas múltiplas e parte do abdômen arrancada. Desespero “Eu ainda recomendei, atravessa na faixa e segura na mão do Luanzinho. Ela aí segurando na mão dele”, gritava em estado de choque uma irmã das vítimas que, por ironia, trabalha como instrutora de trânsito., chegou para ver o corpo de Laiane embaixo do carro foi de comover as pessoas que cercavam o local do acidente. Responsabilidade O cobrador do ônibus disse aos policiais do trânsito que as crianças entraram na frente subitamente e não houve tempo de evitar o acidente. Mas outros motoristas que viram as marcas dos pneus no astalto afirmam que, pelas marcas da frenagem, tudo indica que o ônibus só tinha freio nas rodas dianteiras. Culpa das crianças?

Ao comentar o assunto ao jornalista Nelson Liano, da TV Juruá, o major Alves, comandante da Polícia Militar no Vale do Juruá, disse que o acidente foi uma fatalidade. Comentou que, à princípio, o motorista do ônibus não teve culpa do atropelamento. “Ele prestou socorro, ligou para a SAMU e disse que as crianças saíram de trás de um poste. Claro que a perícia vai ver isso tudo, vai olhar a velocidade do veículo”, disse. O comandante disse que o motorista pode ser preso se for provado que houve negligência. “Mas eu soube que o rapaz é evangélico, não que o católico fosse fazer isso”, afirmou.