22 de mai. de 2015

O segredo, o choro e as maracutaias no velório da CPI da BR-364

Um dia se passou desde que a CPI da BR-364 foi sepultada na Assembleia Legislativa do Acre. Por incrível que pareça, os principais personagens desse dramalhão mexicano/tupiniquim não foram nem os parlamentares da casa, considerados no jogo do poder apenas fantoches nas mãos dos senadores Gladson Cameli (PP) e Sergio Petecão (PSD). Estes sim, dignos de ganhar um Oscar por suas performances frente aos holofotes.
Vamos por partes, como diria Hildebrando Pascoal…
A bancada de oposição na Aleac precisava de apenas 8 assinaturas para dar prosseguimento a CPI da BR-364, cuja construção consumiu quase R$ 2 bilhões dos cofres públicos e todos nós sabemos que o único acesso ao Juruá por terra continua o mesmo chiqueiro de anos atrás.
O fato é que a decisão do deputado Jairo Carvalho (PSD) de não assinar a CPI “por falta de comunicação” entre a oposição, seria a melhor coisa que poderia acontecer com Gladson Cameli e seu cunhado, o deputado Nicolau Junior.
Até então, a CPI estava morta, e a família Cameli, por meio de seus políticos, comendo apenas o filé por ter declarado aos quatro cantos do Acre que seria a favor da abertura.
Vendo que cairia em desgraça e se tornaria o vilão, Petecão tratou de colocar Jairo Carvalho contra parede e exigiu que o pastor/deputado assinasse a “maldita CPI”, já que daqui uns tempos ele pretende concorrer a reeleição ao senado e não queria ter no currículo “a mancha” de seu partido ter inviabilizado as investigações.
Com isso, Gladson, que estava em berço esplendido, viu que a CPI iria prosperar e vislumbrou a imagem de seu pai, o megaempresário Eládio Cameli, indo depor a CPI, junto com os demais empreiteiros da família, responsáveis por construir parte da BR. Isso geraria um desgaste descomunal para suas pretensões na disputa do governo do Acre em 2018. Por mais que saíssem ilesos juridicamente das investigações, a moral estaria arranhada.
Cameli ainda tentou convencer Petecão para que não interferisse na decisão de Jairo, mas já era tarde demais. O cabeção não queria carregar a cruz e a repassou para Gladson categoricamente.
Para tentar aplicar a injeção da morte da CPI, a família Cameli se reuniu no último final de semana e apertou Gladson e Nicolau. Vendo que a situação ficaria insustentável, o grupo do senador do PP resolveu que seria melhor sofrer um desgaste agora do que vê o nome dos Cameli nas páginas dos jornais.
Nicolau foi escalado para sacrifício, contrariado, sabendo que comeriam o seu fígado em praça pública. E foi exatamente isso que aconteceu. E nem se deram ao trabalho de fritar o fígado, comeram cru mesmo.
Desde então, Petecão e Gladson não trocam um só palavra, mas com certeza essa contenda será resolvida com um cervejada no apartamento funcional em Brasília. Afinal de contas, essa relação de conveniência é boa para os dois.
Fonte: Marcos Venicios, editor-chefe do ac24horas

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22 de mai. de 2015

O segredo, o choro e as maracutaias no velório da CPI da BR-364

Um dia se passou desde que a CPI da BR-364 foi sepultada na Assembleia Legislativa do Acre. Por incrível que pareça, os principais personagens desse dramalhão mexicano/tupiniquim não foram nem os parlamentares da casa, considerados no jogo do poder apenas fantoches nas mãos dos senadores Gladson Cameli (PP) e Sergio Petecão (PSD). Estes sim, dignos de ganhar um Oscar por suas performances frente aos holofotes.
Vamos por partes, como diria Hildebrando Pascoal…
A bancada de oposição na Aleac precisava de apenas 8 assinaturas para dar prosseguimento a CPI da BR-364, cuja construção consumiu quase R$ 2 bilhões dos cofres públicos e todos nós sabemos que o único acesso ao Juruá por terra continua o mesmo chiqueiro de anos atrás.
O fato é que a decisão do deputado Jairo Carvalho (PSD) de não assinar a CPI “por falta de comunicação” entre a oposição, seria a melhor coisa que poderia acontecer com Gladson Cameli e seu cunhado, o deputado Nicolau Junior.
Até então, a CPI estava morta, e a família Cameli, por meio de seus políticos, comendo apenas o filé por ter declarado aos quatro cantos do Acre que seria a favor da abertura.
Vendo que cairia em desgraça e se tornaria o vilão, Petecão tratou de colocar Jairo Carvalho contra parede e exigiu que o pastor/deputado assinasse a “maldita CPI”, já que daqui uns tempos ele pretende concorrer a reeleição ao senado e não queria ter no currículo “a mancha” de seu partido ter inviabilizado as investigações.
Com isso, Gladson, que estava em berço esplendido, viu que a CPI iria prosperar e vislumbrou a imagem de seu pai, o megaempresário Eládio Cameli, indo depor a CPI, junto com os demais empreiteiros da família, responsáveis por construir parte da BR. Isso geraria um desgaste descomunal para suas pretensões na disputa do governo do Acre em 2018. Por mais que saíssem ilesos juridicamente das investigações, a moral estaria arranhada.
Cameli ainda tentou convencer Petecão para que não interferisse na decisão de Jairo, mas já era tarde demais. O cabeção não queria carregar a cruz e a repassou para Gladson categoricamente.
Para tentar aplicar a injeção da morte da CPI, a família Cameli se reuniu no último final de semana e apertou Gladson e Nicolau. Vendo que a situação ficaria insustentável, o grupo do senador do PP resolveu que seria melhor sofrer um desgaste agora do que vê o nome dos Cameli nas páginas dos jornais.
Nicolau foi escalado para sacrifício, contrariado, sabendo que comeriam o seu fígado em praça pública. E foi exatamente isso que aconteceu. E nem se deram ao trabalho de fritar o fígado, comeram cru mesmo.
Desde então, Petecão e Gladson não trocam um só palavra, mas com certeza essa contenda será resolvida com um cervejada no apartamento funcional em Brasília. Afinal de contas, essa relação de conveniência é boa para os dois.
Fonte: Marcos Venicios, editor-chefe do ac24horas

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