30 de abr. de 2011

Eu Acredito em Contos de Fada


As más notícias, crimes, tragédias, acidentes, roubos e toda a gama de atos terríveis de maldade nunca deram tanto ibope como nos dias de hoje. Em boa parte das novelas dificilmente o vilão não se safa. Afirmação que faço por ouvir o que muitos comentam, pois há anos que não vejo novela. Depois que me presenteei com a TV por assinatura passei a não achar a menor graça em novelas. Há tantos ótimos programas, séries, documentários e filmes pra ver, tanta coisa boa pra aprender que a novela deixa de ter importância. É assustador perceber como tantas pessoas se deliciam com o mal que prolifera. Mais assustador ainda é perceber como a infelicidade do outro é boa porque justifica a infelicidade própria. Como há pessoas capazes, naturalmente e sem a menor culpa, de desejarem que o outro se ferre, se dê mal, tenha problemas e se afogue neles. É triste, desalentador. A felicidade do outro incomoda os infelizes e isso é bíblico, infelizmente.

Hoje pulei da cama bem cedo para tentar assistir, pelo menos um pouquinho, desse maravilhoso conto de fadas da modernidade, o casamento real de William e Kate. Vejo William como muitos: o filho da inesquecível e doce Princesa Diana. Portanto, me senti como uma tia-velha vendo o sobrinho lindíssimo naquele uniforme vermelho todo paramentado, sorrindo e entrando na abadia para se casar com a bela jovem que se tornará sua princesa. Acho isso lindo, romântico e assumo que amo contos de fada, histórias felizes, amo ver pessoas realizando coisas boas e dignas, realizando sonhos. Vibro com as boas notícias e torço por elas. Assistir pela TV a cerimônia de um casamento real em um país que conseguiu manter sua cultura, suas tradições e valores realmente me causa admiração. Há tantas culturas desfaceladas, tantos valores apodrecendo, que ver os ingleses respeitando a monarquia é muito interessante. Penso que é fundamental respeitarmos a cultura de qualquer país, seja ela qual for. Só entende de fato esse modo de viver e fazer, quem tem esses valores na alma, correndo nas veias.


O Conto de Fadas de William e Kate é um momento de leveza frente a tantas coisas tristes e terríveis que a mídia retrata. O amor, o Bem, o sorriso de felicidade deixam de ter sentido pelo sofrimento do mundo? Por que muitos sofrem a mídia só tem que mostrar sofrimento?

Como todo mundo, sou uma pessoa repleta de defeitos e os conheço muito bem. Alguns eu até tento eliminar, mas não todos! Como dizia Clarice Lispector, há defeitos que não podemos eliminar, pois, na verdade, eles são qualidades disfarçadas. Mas uma de minhas maiores qualidade é a de ser capaz de desejar a felicidade do outro, ficar feliz com ele e sofrer quando ele sofre. Não consigo desejar o mal nem mesmo para aquelas pessoas de quem não gosto. E não são poucas. Assim como não são poucas aquelas por quem sou completamente apaixonada e pelas quais sou capaz de me doar, de dar o melhor de mim.

Ver o outro feliz, esbanjando saúde, vitalidade, alegria, sonhos realizados, esperança, realmente me enche os olhos e a alma. Quando Diana morreu chorei como se lamenta a morte de uma pessoa conhecida. Com a felicidade de William, me enterneço. Quanto mais gente feliz no mundo, melhor e mais feliz o mundo será. Quanto mais gente disposta a tornar o mundo um lugar melhor de se viver, menos sofrimento. Quanto mais amor, menos maldade, menos notícia ruim - se a mídia e os maldosos de plantão deixarem. (Que o amor aconteça pra eles, para que aprendam a multiplicar o Bem, em vez de se regozijarem com o mal.) Amém.
E God save the Princess!

Por Maria Tereza Cardoso

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30 de abr. de 2011

Eu Acredito em Contos de Fada


As más notícias, crimes, tragédias, acidentes, roubos e toda a gama de atos terríveis de maldade nunca deram tanto ibope como nos dias de hoje. Em boa parte das novelas dificilmente o vilão não se safa. Afirmação que faço por ouvir o que muitos comentam, pois há anos que não vejo novela. Depois que me presenteei com a TV por assinatura passei a não achar a menor graça em novelas. Há tantos ótimos programas, séries, documentários e filmes pra ver, tanta coisa boa pra aprender que a novela deixa de ter importância. É assustador perceber como tantas pessoas se deliciam com o mal que prolifera. Mais assustador ainda é perceber como a infelicidade do outro é boa porque justifica a infelicidade própria. Como há pessoas capazes, naturalmente e sem a menor culpa, de desejarem que o outro se ferre, se dê mal, tenha problemas e se afogue neles. É triste, desalentador. A felicidade do outro incomoda os infelizes e isso é bíblico, infelizmente.

Hoje pulei da cama bem cedo para tentar assistir, pelo menos um pouquinho, desse maravilhoso conto de fadas da modernidade, o casamento real de William e Kate. Vejo William como muitos: o filho da inesquecível e doce Princesa Diana. Portanto, me senti como uma tia-velha vendo o sobrinho lindíssimo naquele uniforme vermelho todo paramentado, sorrindo e entrando na abadia para se casar com a bela jovem que se tornará sua princesa. Acho isso lindo, romântico e assumo que amo contos de fada, histórias felizes, amo ver pessoas realizando coisas boas e dignas, realizando sonhos. Vibro com as boas notícias e torço por elas. Assistir pela TV a cerimônia de um casamento real em um país que conseguiu manter sua cultura, suas tradições e valores realmente me causa admiração. Há tantas culturas desfaceladas, tantos valores apodrecendo, que ver os ingleses respeitando a monarquia é muito interessante. Penso que é fundamental respeitarmos a cultura de qualquer país, seja ela qual for. Só entende de fato esse modo de viver e fazer, quem tem esses valores na alma, correndo nas veias.


O Conto de Fadas de William e Kate é um momento de leveza frente a tantas coisas tristes e terríveis que a mídia retrata. O amor, o Bem, o sorriso de felicidade deixam de ter sentido pelo sofrimento do mundo? Por que muitos sofrem a mídia só tem que mostrar sofrimento?

Como todo mundo, sou uma pessoa repleta de defeitos e os conheço muito bem. Alguns eu até tento eliminar, mas não todos! Como dizia Clarice Lispector, há defeitos que não podemos eliminar, pois, na verdade, eles são qualidades disfarçadas. Mas uma de minhas maiores qualidade é a de ser capaz de desejar a felicidade do outro, ficar feliz com ele e sofrer quando ele sofre. Não consigo desejar o mal nem mesmo para aquelas pessoas de quem não gosto. E não são poucas. Assim como não são poucas aquelas por quem sou completamente apaixonada e pelas quais sou capaz de me doar, de dar o melhor de mim.

Ver o outro feliz, esbanjando saúde, vitalidade, alegria, sonhos realizados, esperança, realmente me enche os olhos e a alma. Quando Diana morreu chorei como se lamenta a morte de uma pessoa conhecida. Com a felicidade de William, me enterneço. Quanto mais gente feliz no mundo, melhor e mais feliz o mundo será. Quanto mais gente disposta a tornar o mundo um lugar melhor de se viver, menos sofrimento. Quanto mais amor, menos maldade, menos notícia ruim - se a mídia e os maldosos de plantão deixarem. (Que o amor aconteça pra eles, para que aprendam a multiplicar o Bem, em vez de se regozijarem com o mal.) Amém.
E God save the Princess!

Por Maria Tereza Cardoso

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