5 de jun. de 2011

Prefeito Burica visita comunidades indígenas do Igarapé Preto


Nesta última semana o Prefeito Francisco Ernilson (Burica) juntamente com o secretario de financias, Francisco Eládio e o Presidente da Câmara de vereadores, Noé realizaram uma grande expedição às comunidades indígenas do Igarapé Preto, localizado no Paraná dos Mouras, levando equipes de saúde e de assistência social, visando facilitar o acesso das comunidades carentes à saúde, ao transporte e a educação, além da inclusão das famílias no s programas sociais do Governo Federal como é o caso do bolsa família.


A grande dificuldade de tráfego disponibilizou a colaboração de toda a equipe, pondo à prova a coragem e a determinação dos dezoito (18) tripulantes, divididos nas três (3) pequenas embarcações. Contando ainda, com a experiência dos catraieiros e da habilidade dos proeiros incluindo o próprio prefeito, vereador Noé e algumas mulheres, chegamos a primeira aldeia Jamináwa arara - Nova Vida I, por volta das 14:50. Com uma rápida visita ao local para reaviso e cumprimentarão, percebemos tratar-se de uma pequena aldeia habitada por pouca gente e com poucos traços da civilização branca, apenas uma pequena escola chamada Lima Jamináwa.

Na tarde da segunda-feira desembarcamos na segunda aldeia Jamináwa Arara. Solenemente todos os tripulantes foram bem recebidos pelos caciques locais dona Esmeralda Silva Moreira e Sr. Alfonso de Lima Pereira. Na mesma tarde, as equipes se dividiram e logo iniciaram o atendimento à comunidade, com consultas médicas e odontológicas e cadastramento do Bolsa Família. Seguindo a tradição local provamos na kaisuma e experimentamos o rapé (mistura da erva caripé com tabaco) de caráter terapêutico.




Durante uma entrevista com o professor local Ildefonso ele nos revelou que desde sua chegada em 2005, houve um desenvolvimento na educação após a construção da escola em 2010, porém, falta transporte para a chegada da merenda escolar e material didático, o que dificulta o resgate histórico e tradições e costumes indígenas. Segundo ele: A língua nativa esta cada vez mais escassa.


Tese comprovada pelo coordenador indígena e estudante da constituição Federal, Lair Lima Pereira, que afirma o decréscimo da tradição indígena e de seus costumes. Segundo ele, é a primeira vez que uma autoridade leva assistência à comunidade e se diz muito feliz, com a chegada das equipes e do prefeito.

Durante a noite o prefeito reuniu-se com a comunidade fizeram sorteios de sacolões e roupas. Atendendo a algumas reivindicações garantiu comprar um barco motorizado para transporte e atendimento de emergência em saúde, uma roçadeira, a construção de 3 casas e um motor para a comunidade e assim, a noite ficou pequena para a grande conversa que se estendeu por horas a fio, e no final dona Esmeraldina agradeceu com um grande sorriso ao prefeito Burica pela visita.

Ao raiar do dia, na terça-feira, dia 31/05/ o prefeito e sua esposa, acompanhado das duas equipes , deixaram a aldeia à pé, partindo para a aldeia extrema, cerca de 20 minutos de caminhada. A satisfação no rosto daquele povo, fez da luta uma conquista, logo se iniciou o atendimento na escola Extrema Jamináwa, e logo depois surgiram os indígenas da aldeia morada Nova, última aldeia jamináwa. Durante uma conversa com os moradores, Francisco de Assis e dona Maria de Fátima á precariedade do transporte, da merenda escolar e da saúde ficou evidente, segundo eles foi construindo um poço para abastecimento local, devido à distância do Igarapé, porém, falta materiais para terminá-lo, sem falar na precariedade na alimentação dos alunos. “Há crianças que passam de semanas sem ir para escola por não ter o que comer”. Diz Dona Fátima.

Segundo o Professor local José Francisco da silva Alves Jamináwa, 33 anos, desde 2006, faz curso para ensinar as crianças a resgatarem a língua tradicional indígena, chamado de RATXALCUI, porém, faltam cartilhas que possuem o alfabeto indígena e material didático, comenta ainda a dificuldade de acesso do Igarapé, “chegamos ficar quarto dias trafegando por ele na época do verão para chegar ao Juruá”. “E reclama da grande quantidade de alunos, “são 50 alunos para um professor,” todos entre crianças e idosos dividindo a mesma sala”, comenta.

O povo local cultiva a pintura corporal feita na maioria das vezes por Jailson Lima, filho do cacique, João Napoleão Pereira que com 88 anos de idades ensina aos mais novos os costumes, as tradições, a língua, além de ser curandeiro para ele a prioridade é a da construção do trapiche para facilitar o acesso á água, barco para transporte local e a reconstrução do posto de saúde. Na mesma tarde o prefeito reuniu-se com os representantes das quatro aldeias, o prefeito agradeceu pelas reivindicações e pela hospitalidade. A secretária de Assistência Social Mônica disse reconhecer a dificuldade de locomoção dos indígenas até a zona urbana, mas disse que fará o possível para que o básico chegue aos mesmos.

Francisco Eládio secretário de finanças agradeceu o tratamento dispensado e se disse sensibilizado com as dificuldades de cada um “deixei o ar condicionador, viajei por horas debaixo de um sol escaldante para vim até aqui, conhecer a realidade de vocês” disse ele. Aproveitando a oportunidade o vereador Noé parabenizou a prefeitura pela ajuda e por lembrar-se dos mais necessitados e se dispôs a participar e a contribuir com o desenvolvimento e bem estar das comunidades Indígenas. “Sou a voz do povo na câmara e estou aqui pra ajudar”, concluiu o vereador.

Após ouvir a todos o prefeito agradeceu a hospitalidade e garantiu que estará construindo o trapiche dando acesso da comunidade extrema ao porto facilitando o cotidiano; comprando um motor para a comunidade até o dia 20 de junho; disponibilidade da compra de materiais para limpeza do Igarapé em julho. Compra de uma baleeira com capacidade de 3 toneladas para o transporte da comunidade; contratação de outro professor para a aldeia Extrema; disponibilização de medicamentos para a agente de saúde local; além do regresso de equipes médicas e odontológicas e assistencial em outubro ou novembro, desse ano.


O prefeito finalizou dizendo que embarcava para casa com a certeza de que muito ainda precisa ser feito pelos povos indígenas do município, mas que sua administração tem feito sua parte. A volta enfrentamos menor dificuldade, porém, as marcas dessa aventura ficarão gravadas nas fotos e na pele de todos os passageiros à bordo.

Por Leila Oliveira
Imagens Iranilson Nunes

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5 de jun. de 2011

Prefeito Burica visita comunidades indígenas do Igarapé Preto


Nesta última semana o Prefeito Francisco Ernilson (Burica) juntamente com o secretario de financias, Francisco Eládio e o Presidente da Câmara de vereadores, Noé realizaram uma grande expedição às comunidades indígenas do Igarapé Preto, localizado no Paraná dos Mouras, levando equipes de saúde e de assistência social, visando facilitar o acesso das comunidades carentes à saúde, ao transporte e a educação, além da inclusão das famílias no s programas sociais do Governo Federal como é o caso do bolsa família.


A grande dificuldade de tráfego disponibilizou a colaboração de toda a equipe, pondo à prova a coragem e a determinação dos dezoito (18) tripulantes, divididos nas três (3) pequenas embarcações. Contando ainda, com a experiência dos catraieiros e da habilidade dos proeiros incluindo o próprio prefeito, vereador Noé e algumas mulheres, chegamos a primeira aldeia Jamináwa arara - Nova Vida I, por volta das 14:50. Com uma rápida visita ao local para reaviso e cumprimentarão, percebemos tratar-se de uma pequena aldeia habitada por pouca gente e com poucos traços da civilização branca, apenas uma pequena escola chamada Lima Jamináwa.

Na tarde da segunda-feira desembarcamos na segunda aldeia Jamináwa Arara. Solenemente todos os tripulantes foram bem recebidos pelos caciques locais dona Esmeralda Silva Moreira e Sr. Alfonso de Lima Pereira. Na mesma tarde, as equipes se dividiram e logo iniciaram o atendimento à comunidade, com consultas médicas e odontológicas e cadastramento do Bolsa Família. Seguindo a tradição local provamos na kaisuma e experimentamos o rapé (mistura da erva caripé com tabaco) de caráter terapêutico.




Durante uma entrevista com o professor local Ildefonso ele nos revelou que desde sua chegada em 2005, houve um desenvolvimento na educação após a construção da escola em 2010, porém, falta transporte para a chegada da merenda escolar e material didático, o que dificulta o resgate histórico e tradições e costumes indígenas. Segundo ele: A língua nativa esta cada vez mais escassa.


Tese comprovada pelo coordenador indígena e estudante da constituição Federal, Lair Lima Pereira, que afirma o decréscimo da tradição indígena e de seus costumes. Segundo ele, é a primeira vez que uma autoridade leva assistência à comunidade e se diz muito feliz, com a chegada das equipes e do prefeito.

Durante a noite o prefeito reuniu-se com a comunidade fizeram sorteios de sacolões e roupas. Atendendo a algumas reivindicações garantiu comprar um barco motorizado para transporte e atendimento de emergência em saúde, uma roçadeira, a construção de 3 casas e um motor para a comunidade e assim, a noite ficou pequena para a grande conversa que se estendeu por horas a fio, e no final dona Esmeraldina agradeceu com um grande sorriso ao prefeito Burica pela visita.

Ao raiar do dia, na terça-feira, dia 31/05/ o prefeito e sua esposa, acompanhado das duas equipes , deixaram a aldeia à pé, partindo para a aldeia extrema, cerca de 20 minutos de caminhada. A satisfação no rosto daquele povo, fez da luta uma conquista, logo se iniciou o atendimento na escola Extrema Jamináwa, e logo depois surgiram os indígenas da aldeia morada Nova, última aldeia jamináwa. Durante uma conversa com os moradores, Francisco de Assis e dona Maria de Fátima á precariedade do transporte, da merenda escolar e da saúde ficou evidente, segundo eles foi construindo um poço para abastecimento local, devido à distância do Igarapé, porém, falta materiais para terminá-lo, sem falar na precariedade na alimentação dos alunos. “Há crianças que passam de semanas sem ir para escola por não ter o que comer”. Diz Dona Fátima.

Segundo o Professor local José Francisco da silva Alves Jamináwa, 33 anos, desde 2006, faz curso para ensinar as crianças a resgatarem a língua tradicional indígena, chamado de RATXALCUI, porém, faltam cartilhas que possuem o alfabeto indígena e material didático, comenta ainda a dificuldade de acesso do Igarapé, “chegamos ficar quarto dias trafegando por ele na época do verão para chegar ao Juruá”. “E reclama da grande quantidade de alunos, “são 50 alunos para um professor,” todos entre crianças e idosos dividindo a mesma sala”, comenta.

O povo local cultiva a pintura corporal feita na maioria das vezes por Jailson Lima, filho do cacique, João Napoleão Pereira que com 88 anos de idades ensina aos mais novos os costumes, as tradições, a língua, além de ser curandeiro para ele a prioridade é a da construção do trapiche para facilitar o acesso á água, barco para transporte local e a reconstrução do posto de saúde. Na mesma tarde o prefeito reuniu-se com os representantes das quatro aldeias, o prefeito agradeceu pelas reivindicações e pela hospitalidade. A secretária de Assistência Social Mônica disse reconhecer a dificuldade de locomoção dos indígenas até a zona urbana, mas disse que fará o possível para que o básico chegue aos mesmos.

Francisco Eládio secretário de finanças agradeceu o tratamento dispensado e se disse sensibilizado com as dificuldades de cada um “deixei o ar condicionador, viajei por horas debaixo de um sol escaldante para vim até aqui, conhecer a realidade de vocês” disse ele. Aproveitando a oportunidade o vereador Noé parabenizou a prefeitura pela ajuda e por lembrar-se dos mais necessitados e se dispôs a participar e a contribuir com o desenvolvimento e bem estar das comunidades Indígenas. “Sou a voz do povo na câmara e estou aqui pra ajudar”, concluiu o vereador.

Após ouvir a todos o prefeito agradeceu a hospitalidade e garantiu que estará construindo o trapiche dando acesso da comunidade extrema ao porto facilitando o cotidiano; comprando um motor para a comunidade até o dia 20 de junho; disponibilidade da compra de materiais para limpeza do Igarapé em julho. Compra de uma baleeira com capacidade de 3 toneladas para o transporte da comunidade; contratação de outro professor para a aldeia Extrema; disponibilização de medicamentos para a agente de saúde local; além do regresso de equipes médicas e odontológicas e assistencial em outubro ou novembro, desse ano.


O prefeito finalizou dizendo que embarcava para casa com a certeza de que muito ainda precisa ser feito pelos povos indígenas do município, mas que sua administração tem feito sua parte. A volta enfrentamos menor dificuldade, porém, as marcas dessa aventura ficarão gravadas nas fotos e na pele de todos os passageiros à bordo.

Por Leila Oliveira
Imagens Iranilson Nunes

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