Maio Laranja: Mês de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.

O mês de maio hoje é conhecido como Maio Laranja, mês do combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi instituído pela Lei 9.970/2000 como uma conquista pelos direitos humanos de crianças e adolescentes do Brasil.  A data foi escolhida porque em 18 de maio de 1973, uma menina de 8 anos chamada Araceli desapareceu após sair da escola e foi encontrada morta com marcas de violência e abuso sexual. A menina foi espancada, estuprada, drogada e morta. Seu corpo foi desfigurado com ácido. À época do crime, os policiais ouviram diversas versões sobre o ocorrido e após o julgamento e a absolvição dos suspeitos, o processo do Caso Araceli foi arquivado pela Justiça. Esta é uma data importante que, apesar da história trágica, marca a luta pelo combate à violência contra crianças e adolescentes, para evitar que casos como esse aconteçam.

O abuso sexual acontece quando uma pessoa domina uma criança ou adolescente, para satisfação sexual de um adulto. Pode acontecer dentro ou fora de casa e pode ser cometido por uma pessoa conhecida ou desconhecida da vítima. É uma grave violação de direitos humanos, que pode trazer grandes traumas emocionais e psicológicos para as vítimas.

A exploração sexual ocorre quando crianças ou adolescentes são usados sexualmente em troca de dinheiro, como prostituição. Porém, na exploração sexual não existe apenas a comercialização do corpo das crianças. Existe o tráfico, a oferta de sexo em troca de favores, a pornografia e a exploração sexual agenciada ou autônoma de crianças em situação vulnerável.

Um dado alarmante é o fato de que a maioria das violações é praticada por pessoas próximas da família. Cerca de 52% das violações sexuais são registradas na própria casa da vítima. De todas as denúncias, apenas 20% costumam ser praticadas na casa do suspeito. Nem sempre o abuso começa de forma agressiva. Em alguns casos, o agressor comete o abuso por meio de toques abusivos, mas disfarçados de afeto. Isso dificulta que a criança ou adolescente identifique que está sendo uma vítima. Principalmente quando o abuso acontece dentro do ambiente familiar.

5 sinais que podem indicar abuso sexual infantil:

- Queda no rendimento escolar: Queda injustificada na frequência escolar ou baixo rendimento causado por dificuldade de concentração e aprendizagem;

- Enfermidade psicossomáticas: Problemas de saúde, sem aparente causa, como dores de cabeça, erupções na pele, vômitos, dificuldades digestivas;

- Comportamentos sexualizados: Crianças ou adolescentes que apresentam um interesse por questões sexuais ou que façam brincadeiras de cunho sexual e usam palavras ou desenhos que se referem às partes íntimas podem indicar uma situação de abuso;

- Comportamento infantilizados: Ser criança ou adolescente volta a ter comportamentos infantis, que já havia abandono antes, indica que pode ter algo de errado;

- Mudanças de comportamento: Alterações de humor, agressividade repentina, vergonha excessiva, medo ou pânico.

Todos esses comportamentos são sinais de que a criança ou adolescente pode ser uma vítima de violência sexual. É importante que todos saibam e fiquem atentos a esses sinais para evitar e combater esse tipo de violência.

Uma criança ou adolescente diz ter sofrido abuso. O que fazer?

- Ouça a vítima com atenção e sem interromper, de preferência em um ambiente confortável e seguro;

- Mantenha a calma para que a vítima se sinta tranquila e acolhida;

- Não duvide. Leve a sério o que foi dito pela criança ou pelo adolescente;

- Não culpe a vítima. Reforce que a criança ou o adolescente não tem culpa pelo ocorrido;

- Comunique-se com a vítima de maneira simples e de fácil entendimento;

- Proteja a vítima. Denuncie e comunique às autoridades o ocorrido.

Agir corretamente nessa situação é importante para evitar ainda mais traumas para a vítima. Não podemos fechar os olhos e ficar calados com um número tão alto de casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes no nosso país. Proteger as crianças e adolescentes do Brasil é uma luta de todos nós.

A criança e o adolescente NUNCA devem ser CULPABILIZADOS. A reação da vítima depende do MÉTODO usado pelo agressor. Nenhuma criança ou adolescente merece passar por essas situações, por isso devemos lutar para que as penas para quem comete esse tipo de crime sejam cumpridas. Esquecer é permitir, lembrar é combater. Escute, acolha, proteja e denuncie!

Lembre-se: casos de violência contra crianças e adolescentes podem ser denunciados pelo Disque 100 ou WhatsApp (61) 99656-5008. A ligação é gratuita e pode ser anônima. O serviço está disponível 24 horas, todos os dias, inclusive finais de semana e feriados.

P.s: Todas as informações desse texto foram retiradas do material de campanha de conscientização do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH)

Por Joeliton Lopes