22 de nov. de 2013

Doença misteriosa pode ter causado duas mortes no presídio Manoel Nery

Uma doença misteriosa pode ter sido a causas da morte de dois presidiários que cumpriam pena na Unidade Penitenciária Manoel Nery. As condições em que os dois morreram, num espaço de menos de um mês de um caso para o outro, lembram as mesmas características da síndrome de Guillain-Barré, doença caracterizada pela paralisação dos músculos, seguida de febre alta até o surgimento da chamada hemorragia alveolar, com o sangramento do pulmão. As vítimas da possível doença foram Paulo dos Santos Rocha, de 20 anos, morto em 25 de outubro quando viajava para Rio Branco, e Daniel Souza da Silva, de 24 anos, que morreu no último dia 06 de novembro. No último domingo, a morte de um homem na UTI do Hospital do Juruá, com os mesmos sintomas, alertou ainda mais as autoridades de saúde do Estado. Segundo relatórios médicos, Paulo dos Santos Rocha vinha apresentando os problemas fazia vários dias, primeiro perdendo o movimento das pernas e depois passou a ter problemas de respiração, quando a assistência social do presídio recorreu ao programa do TFD para que o presidiário fosse encaminhado para Rio Branco já que, em Cruzeiro do Sul, ninguém tinha conhecimento da doença.
Daniel Souza morreu com os mesmos sintomas e as autoridades de saúde passaram a suspeitar que os dois possam ser vítima da doença descoberta em 1859, pelo médico francês Jean B. O. Landry. Na época, ele descreveu pacientes com distúrbios dos nervos periféricos que paralisavam os membros, o pescoço e os músculos respiratórios. Isso significa que o indivíduo acometido da doença passa a produzir anticorpos contra sua própria mielina, fazendo com que os nervos acometidos deixem de transmitir os sinais do sistema nervoso central, causando perda das habilidades musculares, que deixam de responder aos comandos cerebrais. O cérebro também recebe menos sinais sensitivos do corpo, resultando em inabilidade para sentir o contato com a pele, dor ou calor. O início da doença é precedido por infecção de vias respiratórias altas, de gastroenterite aguda e antecedentes de infecções agudas por uma série de vírus respiratórios. Em 2010, uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ), constatou que o vírus da dengue pode ser um dos causadores da síndrome, assim como o do HIV. Relação entre as vítimas
A relação entre as duas vítimas é a coincidência de os dois terem sido presos pela Polícia Federal por tráfico de drogas na região do Paraná dos Mouras, região dos municípios de Rodrigues Alves e Mâncio Lima, na fronteira com o Peru, onde há rotas de tráfico. Paulo dos Santos Rocha morava na localidade, na comunidade conhecida como Continuação. Daniel Souza, que aparentemente não conhecia Paulo dos Santos, morava em Rodrigues Alves e fazia os mesmos caminhos de Paulo dos Santos Rocha, apontado pela Polícia Federal como guia dos traficantes peruanos que agem na região. A síndrome que ocorre como manifestação de uma série de outras doenças. Uma mulher, que mora na localidade do Paraná dos Mouras, em Rodrigues Alves, também estaria apresentando os sintomas da doença. O relatório sobre a doença, que será feito a partir de exames laboratoriais de sangue e líquidos da coluna dos mortos, além de amostras de fígado, baço e pulmão, já foram enviados ao Instituto Carlos Chagas, em Belém (PA), deve sair dentro de 90 dias. Tribuna do Juruá – Jorge Natal

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22 de nov. de 2013

Doença misteriosa pode ter causado duas mortes no presídio Manoel Nery

Uma doença misteriosa pode ter sido a causas da morte de dois presidiários que cumpriam pena na Unidade Penitenciária Manoel Nery. As condições em que os dois morreram, num espaço de menos de um mês de um caso para o outro, lembram as mesmas características da síndrome de Guillain-Barré, doença caracterizada pela paralisação dos músculos, seguida de febre alta até o surgimento da chamada hemorragia alveolar, com o sangramento do pulmão. As vítimas da possível doença foram Paulo dos Santos Rocha, de 20 anos, morto em 25 de outubro quando viajava para Rio Branco, e Daniel Souza da Silva, de 24 anos, que morreu no último dia 06 de novembro. No último domingo, a morte de um homem na UTI do Hospital do Juruá, com os mesmos sintomas, alertou ainda mais as autoridades de saúde do Estado. Segundo relatórios médicos, Paulo dos Santos Rocha vinha apresentando os problemas fazia vários dias, primeiro perdendo o movimento das pernas e depois passou a ter problemas de respiração, quando a assistência social do presídio recorreu ao programa do TFD para que o presidiário fosse encaminhado para Rio Branco já que, em Cruzeiro do Sul, ninguém tinha conhecimento da doença.
Daniel Souza morreu com os mesmos sintomas e as autoridades de saúde passaram a suspeitar que os dois possam ser vítima da doença descoberta em 1859, pelo médico francês Jean B. O. Landry. Na época, ele descreveu pacientes com distúrbios dos nervos periféricos que paralisavam os membros, o pescoço e os músculos respiratórios. Isso significa que o indivíduo acometido da doença passa a produzir anticorpos contra sua própria mielina, fazendo com que os nervos acometidos deixem de transmitir os sinais do sistema nervoso central, causando perda das habilidades musculares, que deixam de responder aos comandos cerebrais. O cérebro também recebe menos sinais sensitivos do corpo, resultando em inabilidade para sentir o contato com a pele, dor ou calor. O início da doença é precedido por infecção de vias respiratórias altas, de gastroenterite aguda e antecedentes de infecções agudas por uma série de vírus respiratórios. Em 2010, uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ), constatou que o vírus da dengue pode ser um dos causadores da síndrome, assim como o do HIV. Relação entre as vítimas
A relação entre as duas vítimas é a coincidência de os dois terem sido presos pela Polícia Federal por tráfico de drogas na região do Paraná dos Mouras, região dos municípios de Rodrigues Alves e Mâncio Lima, na fronteira com o Peru, onde há rotas de tráfico. Paulo dos Santos Rocha morava na localidade, na comunidade conhecida como Continuação. Daniel Souza, que aparentemente não conhecia Paulo dos Santos, morava em Rodrigues Alves e fazia os mesmos caminhos de Paulo dos Santos Rocha, apontado pela Polícia Federal como guia dos traficantes peruanos que agem na região. A síndrome que ocorre como manifestação de uma série de outras doenças. Uma mulher, que mora na localidade do Paraná dos Mouras, em Rodrigues Alves, também estaria apresentando os sintomas da doença. O relatório sobre a doença, que será feito a partir de exames laboratoriais de sangue e líquidos da coluna dos mortos, além de amostras de fígado, baço e pulmão, já foram enviados ao Instituto Carlos Chagas, em Belém (PA), deve sair dentro de 90 dias. Tribuna do Juruá – Jorge Natal

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